Depender das redes sociais pode prejudicar advogado e seu escritório de advocacia

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“Depender apenas das redes sociais para realizar negócios é como construir sua sede em um terreno alugado: você pode ser despejado a qualquer momento.”

Muitos advogados hoje focam sua atuação apenas nas redes sociais, criando conteúdo e atraindo clientes pelas plataformas de Instagram e Youtube. No entanto, esquecem que estas plataformas são locais “alugados” pelo usuário, ou seja, você deve seguir as regras do jogo deles e pode ser despejado a qualquer momento.

Mudanças de alcance, formato e custo do Instagram e Whatsapp prejudica advogado

As constantes mudanças de alcance, formato e custo das ferramentas das redes sociais gerou grande repercussão e preocupa empresas e profissionais que utilizam estas redes como ferramenta de trabalho.

O Instagram removeu a contagem das curtidas, e passou a decidir por algoritmo o conteúdo que você recebe na timeline. O WhatsApp reduziu o número de pessoas nos grupos e o alcance de encaminhamento de conteúdos.

Um post que tem 90 mil curtidas, certamente traz mais impacto e relevância pública do que um post com apenas 90 curtidas. Apesar dos números ainda serem visíveis para o criador do conteúdo, a contagem de curtidas também servia como uma demonstração de sucesso para o público e maior credibilidade da empresa.

Não é apenas o reflexo dos likes em si, mas mostrar para o público esses likes como reforço de autoridade.

Mesmo sabendo que os impactos serão sentidos apenas no longo prazo, a discussão que envolve a iniciativa precisa assumir outra dimensão.

Como devemos lidar com plataformas que possuem um enorme poder sobre nossos negócios?

Criadores do Youtube sofrem há tempos com mudanças frequentes nos algoritmos

Apesar de não ser o caso ainda, tais medidas arbitrárias tomadas pelas redes sociais podem, com facilidade, arruinar um negócio completamente do dia para a noite.

Os criadores que utilizam o YouTube, por exemplo, sofrem há alguns anos com semelhantes medidas arbitrarias de serviço.

Mudanças no algoritmo no YouTube trazem problemas gravíssimos aos produtores de conteúdo. Isto porque, ao mudar regras do algoritmo com frequência, a plataforma prejudica os acessos e o faturamento de quem investe alto na produção dos vídeos.

Uma simples decisão de remover a audiência de vídeos com um link específico na descrição, por exemplo, pode reduzir até 80% dos acessos de um conteúdo.

Muita gente ainda pensa que o produtor de conteúdo é uma pessoa se divertindo em casa, e por isso o impacto pode parecer pouco. Mas o universo do conteúdo está longe de ser assim.

Hoje em dia, um canal com vários seguidores no YouTube, é formado por uma boa equipe de captação e edição, possui um escritório e funcionários para diversas funções.

Em um negócio que sobrevive desse conteúdo, uma suspensão em 80% dos acessos pode causar uma redução drástica no faturamento.

Quando utilizamos redes como LinkedIn, Facebook ou Instagram para apoiar nossos negócios, nós também estamos suscetíveis a este problema. Uma mudança simples na forma como entregam o conteúdo para o usuário pode afetar imediatamente milhares de negócios.

Num passado não muito distante, Facebook fez algo muito parecido. Reduziu o alcance das postagens das páginas a percentuais irrisórios, forçando o uso de impulsionamento pago para poderem alcançar um público maior. E mesmo assim, o alcance dos posts impulsionados também foram reduzidos, exigindo um valor cada vez maior.

E é claro que sendo uma empresa privada, é compreensível que modifiquem sua ferramenta. No entanto, um advogado que investiu milhares de reais em ações para alcançar uma boa concentração de seguidores em suas páginas, e muito de seu tempo para criação de conteúdo relevante, acaba tendo seu investimento prejudicado. Uma vez que não consegue mais falar diretamente com as pessoas que já investiu muito tempo e dinheiro para atrair.

Toda essa movimentação das redes sociais para dificultar o engajamento com usuários que o advogado já investiu dinheiro para atrair, levanta um grande desânimo.

Sem contar que, se algum dia o advogado é bloqueado, excluído ou a plataforma sai do ar, ele perde todo o seu conteúdo produzido. Do dia para noite. Ou seja, o advogado pode perder sua fonte de sustento, que é a captação dos clientes.

Portanto o uso exclusivo das redes sociais para captação de clientes pode ser prejudicial ao advogado.

Por que investir num ambiente instável onde, no futuro, todo investimento pode deixar de valer a pena?

Por outro lado, as plataformas sociais seguem sendo uma boa oportunidade para vender e, que no curto prazo, também não podemos ignorá-las. Diversos advogados têm sucesso e conseguem exercer a profissão apenas com exposição nas mídias sociais.

Talvez a melhor saída para este impasse seja trabalhar as redes sociais e seguir produzindo conteúdo, mas assumindo o movimento de atrair os seguidores, fãs e clientes para canais próprios do advogado ou escritório.

O site de advocacia permite a construção de um novo canal onde quem produz conteúdo tem controle total do que é entregue e como essa entrega é feita.

Na mesma direção, é necessário voltar a repensar o blog jurídico como forma de centralização de conteúdo. Trabalhando para migrar a base de seguidores, aos poucos, para canais onde não exista o risco de ser afetado por decisão de terceiros.

Assim como era antes do boom das redes sociais, o que parece uma saída é voltar a trabalhar na distribuição do próprio conteúdo, evitando tornar-se refém de outras empresas.

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